A cor rosa, dos botos, é destacada principalmente nos machos.
Os botos são mamíferos cetáceos, portanto de uma classe de mamíferos aquáticos. Amplamente reconhecido pela coloração rosada dos animais adultos, que se destaca principalmente nos machos. Os filhotes têm uma coloração acinzentada.O boto é o maior golfinho de água doce. Existe uma diferença grande de tamanho entre os machos e as fêmeas, sendo que os machos costumam chegar a 2,55m de comprimento e 185kg, enquanto que as fêmeas crescem até 2,15m e pesam até 150kg.A nadadeira dorsal é bastante larga, porém pequena e as nadadeiras laterais são grandes. Além disto, como é um animal de porte médio e não possui fusão nas vértebras cervicais, o boto é bastante flexível. É capaz de mover a cabeça em todas as direções. Assim, possui uma grande capacidade de locomoção em meio à floresta inundada, o que lhe é útil para a captura de presas. Possui dentes e alimenta-se de peixes, tartarugas e caranguejos. Também possui um órgão responsável pela emissão de ondas ultrassônicas capaz de detectar a distância e forma de objetos. Esta habilidade é chamada Biossonar e favorece a deslocação dos animais.
A temperatura e a qualidade da água podem afetar a coloração dos botos dos rios da Amazônia.
O boto costuma estar sozinho. É visto em grupo somente em fases de reprodução e quando a mãe ainda cuida do filhote. Apesar de ser muito flexível, não é um nadador de grande velocidade.Pode ser encontrado em 6 países da América do Sul: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela e Colômbia. Se locomove por toda a área fluvial até algumas cachoeiras que não lhe permitem a passagem, como as que existem no rio Xingu, no Brasil. A distribuição do boto nos rios e áreas adjacentes depende da época do ano. Na estação seca, habita os leitos dos rios, mas, na época das chuvas, quando os rios transbordam, estão espalhados por áreas alagadas tanto na floresta (igapó) como nas planícies (várzeas) inundadas. Não tolera águas salobras, sendo ausente nos estuários tanto do Amazonas quanto do Orinoco.
Subespécie |
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Inia geoffrensis geoffrensis: Bacia do Amazonas (Brasil), definida por Blainville, em 1817. |
Inia geoffrensis boliviensis: Rio Madeira, entre Guajará-Mirim e Porto Velho (Brasil), definida por d'Orbigny, em 1834. |
Inia geoffrensis humboldtiana: Bacia do Orinoco (Bolívia), definida por Pilleri & Gihr, em 1977. |
Cada uma das sub-espécies recebeu uma nomenclatura científica diferente. Historicamente, a primeira definição foi dada por Henri Marie Ducrotay de Blainville em 1817 como sendo todos os tipos de boto uma única espécie chamada Delphinus (Delphinorhynchus) geoffrensis.Posteriormente, em 1824, o explorador Alcide d'Orbigny concluiu e denominou que o Inia boliviensis era uma espécie diferente, reclassificando-o. Mais tarde, os estudiosos John Edward Gray e Paul Gervais, reestruturaram as nomenclaturas respectivamente para Inia geoffroyii e Inia geoffrensis, esta última sendo utilizada atualmente.No discurso popular existem vários nomes, normalmente relacionados com a cor do animal, que costuma ter a região do ventre branco avermelhado. É chamado de boto, boto-vermelho, boto-rosa, boto-malhado, boto-branco ou de boto-cor-de-rosa, sendo este o nome mais conhecido.
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), o estado de conservação do boto-cor-de-rosa está classificado como vulnerável. Em áreas de preservação, o animal aparenta estar bem distribuído, entretanto a entidade considera que não possui dados suficientes para concluir se a espécie está segura.O boto é uma espécie que não se adapta bem em cativeiro, apesar de estar presente em diferentes aquários ao redor do mundo. Os locais para visitação presentes na Região Amazônica são regulamentados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e são administrados pelas populações ribeirinhas locais. São espaços em que se pode interagir com o animal que vive livre nas águas dos rios.